Depois de muito bater perna e procurar e pesquisar e listas de espera encontrei uma escola pra Carmen. Demorou tanto que no começo da busca ela nem tinha idade pro berçário II e esta semana ela foi (adiantada) direto pro Mini-Maternal (crianças de 1 ano de 4 meses a 2 anos, sendo que ela tem 1 ano e 2 meses)
Uma observação: Escola em São Paulo é surrealmente cara. A fila de espera nas creches da prefeitura é de um ano ou mais. A Carmen foi inscrita em novembro do ano passado e até agora nada da fila andar. E, para piorar, berçário e perÃodo integral custam tão caro ou mais do que uma mensalidade de faculdade. Para fins de comparação: paguei o ANO INTEIRO da escola do Gabriel NO RIO pelo valor de DUAS MENSALIDADES DA EX-ESCOLA DE SP.
Fiz a matrÃcula no começo do mês mas decidimos começar a adaptação depois do feriado de Corpus Christi pra não quebrar a rotina logo no começo. Deu tudo certo: mochila de rodinhas da Galinha Pintadinha comprada pela Internet chegou em 2 dias e eu criei etiquetas bonitinhas pro material escolar, imprimi e consegui cortar e colar tudo a tempo.
Aà essa semana teve adaptação.
Eu não me lembro da adaptação do Gabriel, mas lembro que foi tranquilo. A Carmen é beeeeeeeem mais agarrada comigo do que ele foi, até porque eu morava com meus pais na época então Gabriel tinha minha mãe, meu irmão, meu pai, vários adultos para cuidar dele. Aqui somos só nós dois e eu fico sozinha com ela boa parte do dia. Resultado: figurinha grudada até na hora de ir ao banheiro. O engraçado é que eu estava tranquila até a manhã de segunda-feira. Aà as borboletas começaram a aparecer no estômago e aquele instinto maternal me pegou dicumforça, sabe, aquela coisa assim de “meu bebê está indo para a escola, aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!”, inescapável.
No primeiro dia apesar de conversar com ela sobre isso, ela não tinha a menor idéia do que estava acontecendo. Fomos pra escola, ela foi pra mão da professora e quando percebeu que pela primeira vez na vida eu não estava por perto (e nem o Rafa) botou a boca no mundo. Ficou uma hora na escola, miando no colinho da professora, e voltou pra mim com lágrimas nos olhos. Mamou, foi pro chão e começou a brincar como se nada tivesse acontecido.
No segundo dia ela entrou sozinha na escola, aà percebeu que eu não estava indo junto. Botou a boca no mundo e foi pro colo da professora. E aos poucos, bem aos poucos, se animou com a brincadeira das crianças e foi pro chão. Chegou até a dançar! Rejeitou o lanche e veio pra mim mamar. Calma e de barriguinha cheia levei de volta pra professora. Ela chorou mas ficou mais um pouco. Deu umas 2h e meia mais ou menos pelas minhas contas.
No terceiro dia ela começou a chorar assim que viu a entrada da escola, mas pegou a minha mão e me levou pra recepção e pra dentro da escola como quem diz “tá bom, eu vou mas você vem junto e não me deixa aqui sozinha, tá?” Teve mais música e brincadeiras com bambolê e ela chorou bem menos, mas ainda rejeitou o lanche em nome do mamázinho. Levei de volta pra recreação e saà de fininho e ela ficou mais uma horinha brincando e dançando.
Ontem ela voltou a chorar assim que viu a porta da escola mas foi no colo da professora pra dentro. Fugi da recepção algumas vezes para dar uma espiadinha discreta na recreação e vi minha pequena correndo atrás da bola junto com o resto da turminha! Ficou pela primeira vez sem o mamá das 15h e finalmente lanchou. Até dormiu no colo da “tia”! Foi a primeira vez que ficamos as 4 horas lá.
E hoje… Ela viu a escola e chorou e esperneou, a professora levou no colo e me mandou dar uma volta e caso precisassem me chamariam. Não ligaram até a hora em que eu cansei de andar na pilha de não saber se iam chamar ou não e voltei pra escola com aquela cara tÃpica de “e aà tá tudo bem com minha cria que até essa semana nunca tinha ficado longe de mim mais de 3 horas seguidas?” Não só não chorou como brincou o dia todo e lanchou. Ela já começou a se adaptar. Agora só falta meu coração.
Uia!!! Nossa menina tá crescendo…
força no coração, queridona. E, olha, vó Vera deixou um presente pra ela aqui, viu? 😀
beijo enorme e coragem. Tudo dá certo com alegria no coração